Depois de um tempo sem utilizar o blog e recebendo alguns julgamentos pesados em relação a minha forma de ver Deus resolvi dar a justificativa mesmo sem necessidade.
Um dia eu percebi que não concordava com tudo do que era dito, pregado e espalhado pelos meus irmãos. Eu percebi que aquela não era a minha visão de amor, que aquela não era a minha batalha. Não é impossível continuar congregando após perceber isso, eu mesma conheço muita gente que é ativa na Igreja mas tem ideais bem parecidos com os meus, inclusive tamanha coragem de aceitar minha forma de ver Deus, vieram das publicações da Renata. Quem é Renata? Juro que nem ao menos sei direito mas eterna gratidão, enfim, a verdade é que é muito difícil que alguém concorde com 100% do que é pregado pela própria Igreja, mas mesmo assim eles estão lá. Por que foi então que eu não consegui?
Um dia eu percebi que não concordava com tudo do que era dito, pregado e espalhado pelos meus irmãos. Eu percebi que aquela não era a minha visão de amor, que aquela não era a minha batalha. Não é impossível continuar congregando após perceber isso, eu mesma conheço muita gente que é ativa na Igreja mas tem ideais bem parecidos com os meus, inclusive tamanha coragem de aceitar minha forma de ver Deus, vieram das publicações da Renata. Quem é Renata? Juro que nem ao menos sei direito mas eterna gratidão, enfim, a verdade é que é muito difícil que alguém concorde com 100% do que é pregado pela própria Igreja, mas mesmo assim eles estão lá. Por que foi então que eu não consegui?
Porque as pessoas são diferentes, simples assim. Em determinado momento, eu não conseguia mais escutar uma pessoa influente passando para centenas de criaturas uma ideia que, na minha visão, não tinha nada de cristã. E não existe um espaço aberto para discutir esses assuntos. Não dá pra simplesmente chegar e falar “Oi, você poderia por favor parar de falar assim das religiões de matriz africana? É preconceito, preconceito que chegou até nós como herança do racismo explícito de centenas de anos atrás. Eu falei com Deus ontem e Ele me disse que eu tenho razão em me sentir ofendida já que você está ofendendo a minha origem. Tem como parar? Vamos conversar sobre as diversas formas de Deus se manifestar?”. A conversa podia até rolar, mas no final não tem outra saída. “Não se discute princípio Bíblicos”, fim.
Eu comecei me afastando aos poucos. E quanto mais eu me afastava da Igreja, mais eu me aproximava de Deus.
Eu levei anos para entender quem era Deus. Porque eu me obrigava a ver o deus que a religião me apresentava e não deixava que Ele se manifestasse de nenhuma maneira diferente das quais eu já conhecia. Eu levei anos para reconhecer que Deus é muito mais. E eu demorei porque me ensinaram a limitá-lo.
Desmond Tutu, arcebispo anglicano e Nobel da Paz, diz que é impossível que uma única religião possa apresentar a totalidade de Deus aos seus fieis. Porque Deus representa o infinito, e nenhuma mente humana, limitada, é capaz de compreender isto. Eu não conheço a Deus somente quando estou na Igreja, Deus está em tudo e em todos. Deus está em uma ação, em um gesto, em um olhar. Ele está na música que sai da minha boca, nos movimentos que me fazem dançar, na lágrima que rola pelo meu rosto. Está na natureza, no meu próximo e dentro de mim. Deus é e não deixa nunca de ser. Deus é Deus independente do nome que você dê a Ele, independente da forma como escolheu se comunicar com Ele, independente de quem você seja ou quem você ame. Deus é Deus independente de você acreditar nEle, independente da sua religião (ou da falta dela). Deus se manifesta para mim de forma diferente da qual Ele se manifesta para você, porque nossas necessidades são diferentes, nossas lutas são diferentes, nossos caminhos são diferentes. E Ele sempre vai arranjar um jeitinho especial de estar presente e te manter firme, mesmo que você não perceba, mesmo que você não acredite.
Hoje eu não deixo que ninguém tente me ensinar quem é Deus e o que Ele quer de mim. Eu O conheço desde o ventre da minha mãe, Ele esteve presente em toda a minha existência. Ele me conhece e entende as motivações que me levam a agir.
Mesmo que eu não tivesse uma trajetória dentro da Igreja Evangélica, Ele estaria aqui. “Eu sou o que sou” agora tem um significado diferente para mim. Mesmo que eu não tivesse um nome específico para Lhe dar, que eu não reconhecesse Sua presença, mesmo que negasse a Ele todos os dias, Ele estaria aqui.
“Eu sou o que sou” fez de mim quem eu sou. E isso inclui minhas opiniões consideradas “radicais”, meu temperamento explosivo, meu gênio meio difícil de lidar, minha compaixão sem limites, minha forma de amar exagerada e meu otimismo em um mundo em que todos os Seus filhos possam viver em harmonia e igualdade. Para lutar por esta ideia, eu abri mão da minha religiosidade. E quanto mais eu luto pelo que eu acredito, mais eu me aproximo de Deus.